Preso com telefone
Segundo a Polícia, o chefe da quadrilha é um apenado do regime fechado do Presídio Agenor Martins de Carvalho, identificado como Edvaldo dos Reis Santos, de 33 anos, mesmo preso, ele coordenava todos os roubos pelo aplicativo “WhatsApp”. Ao tomar ciência da situação, mesmo com o efetivo reduzido e sem a mínima segurança, os Agentes Penitenciários entraram no pavilhão e conseguiram flagrar o apenado usando o celular. Ele ainda tentou jogar uma certa quantidade de drogas pelo vaso, mas os Agentes foram mais rápidos e conseguiram apreender a droga.
Os Agentes informaram que as revistas às celas são rotineiras, mas desde que acabou a revista íntima, objetos ilícitos estão entrando com mais facilidade aos Pavilhões, deixando os Agentes à mercê da própria sorte. “Todo plantão encontramos celulares e drogas nas celas, mas desde que a revista íntima foi proibida, nosso trabalho é somente de enxugar gelo”, comentou um agente que preferiu não se identificar.
Roubo e cárcere privado
O roubo começou por volta das 19horas, deste domingo (06), em uma residência no bairro Casa Preta. De acordo com a Polícia, a vítima encontrava-se em casa, com seu filho de apenas 12 anos de idade, quando os criminosos pularam o muro e entraram na casa. Já rendidos e amarrados, pais e filho foram trancados em um dos quartos. Um dos assaltantes, pegou as chaves da caminhonete S-10 e saiu da casa. Os outros comparsas, começaram a vasculhar a casa atrás de dinheiro e joias.
Depois, apenas um quadrilheiro permaneceu na casa, mantendo as vítimas como reféns sob a mira de um revólver.
Atravessando para a Bolívia
Por volta das 1h30, desta segunda-feira (07), a Polícia Militar recebeu uma ligação anônima informando que uma caminhonete S-10 estava sendo embarcada em uma “chata”, embarcação de pequeno calado e fundo chato usado como balsa por ribeirinhos.
Imediatamente, as Guarnições de Rádio Patrulha e Policiais Civis, se deslocaram para o endereço e se separaram com a embarcação já no meio do rio. Neste momento, houve uma intensa troca de tiros e dois indivíduos acabaram presos. Eles foram identificados como Otávio de Souza Araujo, de 25 anos, residente em Alta Floresta e o boliviano Emílio Siyé Ribeiro.
Três bandidos conseguiram fugir em uma lancha, porém, devido à grande quantidade de sangue encontrada na embarcação, a Polícia acredita que os suspeitos foram baleados.
Durante uma busca pelo Rio Guaporé, a Polícia encontrou a lancha usada pelos marginais e marcas de pneus de caminhonetes nas margens boliviana. Dentro da lancha foram localizados cartuchos deflagrados fuzil calibre .30 e 9mm, armas de poder de destruição impressionante.
Prisões em Ji-Paraná
Com o veículo recuperado, a Central de Operações da Polícia Militar, em Ji-Paraná, foi acionada e enviou as Guarnições de Rádio Patrulha para o endereço do proprietário do veículo. Ao chegar na casa, os PM’s se depararam com um dos assaltantes preparando para ir embora. Ele foi preso com um revólver calibre 22, municiado e identificado como Jefferson Alves de Souza, presidiário com várias passagens pelo polícia e que está no regime “Condicional”.
Durante a prisão, os PM’s verificaram que todo o roubo foi coordenado pelo aplicativo “WhatsApp”, e que uma mulher dava toda cobertura. Inclusive, recebia fotos da ação criminosa. Por volta das 4horas, a mulher entrou em contato novamente com Jefferson informando que um dos quadrilheiros já o aguardava pelo lado de fora da casa.
Um PM à paisana se passou pelo bandido e foi até ao local do encontro, prendendo o moto-taxista Anderson Renen Neves da Fonseca, de 27 anos. Em seu celular, os policiais encontraram conversas comprometedoras que o liga diretamente à quadrilha.
Cobertura a ação criminosa
Em seguida, as Guarnições de Rádio Patrulha se deslocaram para a casa onde o assaltante se esconderia, no final da Rua Fernandão, no final do bairro Casa Preta. Na residência, os PM’s prenderam a mulher que dava suporte à quadrilha, identificada como Rosângela Soares Dormiro, de 40 anos, amásia do Apenado Edvaldo dos Reis Santos, apontado como sendo o líder da quadrilha.
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Fotos soldado PM Luiz – 2º BPM
Jornalista Lenilson Guedes