Segundo o comandante geral da Polícia Militar, ( 1º a esquerda) é necessário incentivar e motivar para que os policiais da corporação possam organizar melhor sua vida profissional e isso passa, necessariamente, pelo bom relacionamento que cada um tem com seus familiares, em especial os filhos. “A família é a base para tudo”. O coronel comentou a atuação do palestrante que conseguiu prender a atenção de todos, o que de acordo com o subtenente PM David, saíram do evento com ânimos renovados e motivados a trabalhar melhor o relacionamento em casa e no trabalho.
O subtenente citou um trecho da palestra que destaca: “não podemos deixar nosso filhos sem nossa atenção. Precisamos incomodar nosso filhos. Aquele que não for incomodado pelo pai hoje, poderá ser incomodado no futuro pela justiça ou por bandidos. “Um policial que tem bom relacionamento junto a família (esposa e filhos) certamente terá mais tranquilidade e serenidade em seu local de trabalho”, disse, ao comentar sobre a palestra. “Este é papel da corporação: trabalho social e de harmonia”.
Durante a palestra o teólogo João Bosco refutou qualquer possibilidade de discriminação em relação a um novo conceito de família que vem surgindo. Podemos não concordar, ao mesmo tempo em que precisamos conviver com as diferenças. O que não se pode conceber, é a formação de um conceito impositivo a partir da grande mídia e a proliferação nas redes sociais.
Segundo ele, esposas e filhos precisam perceber nos pais, uma mudança natural de comportamento em se tratando de dialogo. Esta mudança está relacionada a dois pontos fundamentais: querer mudar, mesmo tendo dificuldade para mudar; precisar mudar mas não querer. “É necessário reconhecer que precisamos mudar nosso comportamento”. É muito fácil responsabilizar esposas e filhos pelos nossos problemas.
“As redes sociais têm contribuído muito para o processo comunicacional, precisamos admitir”. A dúvida é se as pessoas estão preparadas para esta nova fase das tecnologias. Se estão utilizando de maneira adequada. Aparentemente não, pois, o que poderia ser utilizado para aproximar as pessoas, causa efeito contrário e promove o distanciamento até mesmo entre aquelas que convivem sob o mesmo teto: pais e filhos.
Cada um por si
Hoje a situação é a seguinte: o marido vai para um quarto com seu telefone celular carregado de tecnologias. A mulher fica em outro ambiente também com seus equipamentos. As crianças, cada uma em seu quarto, com seus mais avançados vídeos-games, celulares e tvs de 50 polegadas. Na avaliação de João Bosco, “fomos transformados em verdadeiros zumbis virtuais”. A tecnologia contribui sobremaneira para um maior distanciamento que dois seres humanos podem experimentar, vivendo na mesma residência.
“Estas pessoas não são felizes, porque estas ferramentas de aproximação virtual não nutre o diálogo, a compreensão e o carinho pode trazer felicidade”. É necessário, segundo o teólogo, parar de conversar com pessoas que estão ao nosso lado no shopping utilizando whatsapp. Esse distanciamento não colabora com o diálogo necessário para o bom relacionamento, disse.
Segundo o chefe do Centro de Comunicação Social da Polícia Militar, coronel PM Santos, que promoveu o evento, a palestra foi bem aceita por todos. “Trabalho dessa natureza deverá ser promovido mais vezes, no sentido de melhorar a qualidade de vida dos policiais”, ressaltou. A palestra, segundo o tenente PM José Celestino da Silva, foi importante porque participantes o público com certeza chegará em casa com uma visão diferente de comportamento familiar.
Conceito
Quem não concorda com os novos modelos de família que surge a cada dia na atualidade, precisa intervir o quanto antes. O palestrante, entretanto, disse que, intervir descarta todo e qualquer tipo de preconceito. “Há que se conviver harmoniosamente, este modelos que transcende ao convencional, que é : uma família é composta por um homem (pai), por uma mulher (a mãe) e os filhos. “Este é o modelo tradicional.
Ele cita o grande número de divórcio como causa maior da desfiguração da família e exemplifica: temos filhos vivendo somente com o pai; outros, somente com a mãe; tio com filhos dos irmãos. “Isso sem falarmos nos relacionamentos homoafetivos, que é a união de duas pessoas do mesmo sexo”. O palestrante fez questão de frisar que, o fato de alguém não concordar com este novo modelo de família que surge, não significa que não tenhamos que amá-los. Precisamos conviver com as pessoas independentemente de suas escolhas. “isso é amor”, disse o teólogo. A intolerância e a discriminação não nos leva ao amor que muitas vezes pregamos e que precisamos colocar em pratica para sermos felizes, disse João Bosco.
As palavras amor, perdão, felicidade e alegria foram destacadas pelo palestrante como fundamentais se praticadas no dia a dia. “Precisamos parar de transferir a culpa para o outro, seja a esposa ou o filho. João Bosco disse que “precisamos nos desprender da supervalorização do ‘eu’ e passar a valorizar mais o ‘nós”. Com esta prática, destaca ele, as famílias deixarão de ser as ilhas em que se tornaram com o advento da tecnologia da informática e suas redes sociais, e voltar a ser uma família de verdade quando a tecnologia exercia menor poder de influencia na vida das pessoas.
Texto: Valdir Alves
Fotos: SD PM Raicinaluz