Um estoque de dinamites que se encontrava no Quartel da Policia Militar, em circunstâncias inexplicáveis, veio a explodir, destruindo suas instalações, sendo ceifadas a vida de dez nobres policiais militares: 2º tenente PM Rui Luiz Teixeira, soldados Cerival Marcondes da Silva, Antonio Andrade Silva, José Carlos M. Bueno, Orlando Pereira Filho, Lucas Carlos de Oliveira Rocha, Noel Gonçalves de Souza, Antonio Braz de Sousa, Manoel Pessoa e Moacir Ferreira Mendes Filho, que estavam de serviço naquela data; e que fiéis ao juramento que fizeram, sacrificara a própria vida no sublime cumprimento do dever legal.
Este inesquecível sinistro também vitimou o cidadão Zedequias Ferreira Domiciano, cidadão cacoalense que desempenhava seu trabalho de vigia em uma serraria, que se localizava próximo ao quartel.
A explosão
Até hoje, ainda existem divergência quanto às causas do acidente.
Na manhã do dia 3 de fevereiro de 1982, por volta da 5h45m, houve uma grande explosão no até então, 4º Pelotão da 2ª Companhia do 1º Batalhão de Policia Militar de Cacoal, que resultou na morte de 10 militares e um civil. Até hoje, ainda existem divergência quanto às causas do acidente.
Entre as versões para a explosão, a mais forte é de que um curto circuito em um transformador que ficava ao lado do quartel, teria causado a explosão da dinamite que pertencia a Prefeitura, mas, que por medidas de segurança estava sendo armazenado no quartel. Populares chegaram a denunciar que a detonação tivesse sido criminosa. Sendo que ambas as versões foram descartadas pela perícia.
O inquérito se constitui em um relato dolorido e imagens fortes dos pedaços das vítimas que tiveram seus corpos estraçalhados pelo forte impacto da explosão. Algumas das vítimas tiveram apenas partes dos corpos localizadas, e outras nem chegaram a serem encontradas.
De acordo com o laudo da perícia, a explosão foi em conseqüência da combustão espontânea dos explosivos de dinamite, que eram guardados no interior do quartel – levando em consideração que os explosivos estavam estocados em local impróprio e com tempo excedido, do recomendado pelo fabricante. Ou seja, o armazenamento de explosivos não tinha observado as regras de segurança.
Dinamites
A Prefeitura de Cacoal era administrada pelo engenheiro, Clodoaldo Nunes de Almeida. O município vivia um período de grande desenvolvimento. Muitos eram os investimentos que estavam sendo feito, tanto pela população, quanto pelo poder público. Para minimizar os problemas com a falta de pavimentação asfáltica, foi adotado o sistema de pavimentação por meio de pedras arrumadas.
As pedras eram retiradas de uma pedreira existente na Linha 08, área rural do município. Os explosivos que a Prefeitura usava para quebrar as pedras estavam sendo armazenados no quartel. O material pertencia a Prefeitura, mas por medidas de segurança foram armazenados no quartel. Na época, os trabalhos de calçamento da cidade eram uma das maiores expectativas da população, até a explosão do quartel obrigou as autoridades a descartar a construção de ruas e avenidas com pedras.
O dia
Logo cedo, a população de Cacoal foi acordada com barulho de uma explosão forte, e que foi sentido por muitas pessoas, como a historiadora e professora, Lurdes Kemper. “No dia, eu estava dormindo na casa da minha irmã, quando fomos acordadas pela explosão. Estávamos aproximadamente há uns mil metros do local, mas sentimos o tremor”, lembra a professora.
Kemper ainda se recorda do grande pânico que tomou conta da cidade. “ Todos estavam muito abalados. Nós víamos pedaços de pessoas há mais de cem metros do local. Foi uma tragédia, lamenta.
Homenagem
Para lembrar as vítimas da explosão, a Polícia Militar construiu um memorial no local, onde funcionava o quartel que foi explodido.
Fonte capitao PM Miranda
Jornalista Lenilson Guedes