Policiais civis e militares foram atingidos a tiros ao tentar impedir que bandidos roubassem uma caçamba que seguia para o lado boliviano na fronteira do Brasil com a Bolívia, no rio Guaporé/fronteira lado Brasileiro por volta de 1 hora de hoje, 25 de outubro de 2016. Foram atingidos a policial civil Monica Alexandre Feitosa e Alessandro Guimarães Leal. Os policiais civis atingidos, após cirurgia passam bem.
De acordo com o Boletim de Ocorrências registrado na Delegacia de Polícia Civil, em Costa Marques, os supostos criminosos que seriam, segundo a Ocorrência, bolivianos ainda não foram presos. A ocorrência narra que a Polícia recebeu uma denúncia via 190, em que pescadores que não quiseram se identificar, informavam de um veículo (caminhão) que estava sendo embarcado em um Porto próximo a comunidade de Santa Fé, localizada a cerca de 4 km acima do Porto da Cidade de Costa Marques (lado Brasileiro/Rio Guaporé). Este veículo estaria sendo embarcado por vários homens (bolivianos).
A guarnição PM, com apoio de três policiais civis foi ao local informado na denúncia, porém só encontrou os rastros de um caminhão que havia acabado de ser embarcado, sendo ouvido o barulho de embarcações descendo o rio (sentido porto da cidade de Costa marques). A equipe de policiais militares e civis foram ao porto da cidade de Costa Marques, constatando o fato, visualizando o caminhão descendo o rio em uma “chata”, (embarcação grande de madeira, usada para transporte de veículos roubados/furtados), rebocada por uma lancha pelo lado brasileiro. Voadeira Os policiais cumprindo seus deveres constitucionais solicitaram uma voadeira, (pequena embarcação) de um pescador e alcançaram o comboio com o caminhão a cerca de 1.500 metros abaixo do porto brasileiro e, quando da aproximação, os policiais civis e militares foram recebidos por cerca de oito a nove homens que estavam abrigados/escondidos na “chata” tendo estes elementos atirado contra os militares e policias civis, iniciando-se ali uma grande troca de tiros no rio Guaporé (lado brasileiro/lado mais fundo para passagem de embarcações).
Grosso calibre
Ao ficarem lado a lado com a embarcação dos criminosos, os policiais brasileiros foram atingidos pelos bolivianos que, segundo o Boletim de Ocorrências, estavam de posse de arma de grande porte (fuzis 762 e submetralhadoras 9 mm, (além de cibiês que ofuscaram os brasileiros no momento da primeira e intensa troca de tiro. Um policial militar pulou dentro do rio, pois segundo ele, todos seriam todos alvejados e não teriam chance no confronto, haja vista o poderio bélico dos acusados de roubo. Busca par matar Segundo o PM, ele permaneceu por alguns instantes dentro d’água, sendo “caçado”, pois os atiradores o procuravam com o cibie, e para não morrer ou ser atingido tinha que mergulhar a todo momento que era procurado pelos bolivianos embarcados na “chata”, “tentava manter-me submerso para não ser alvejado pelos disparos de fuzis que cortavam até certa profundidade”. O PM informou que se desfez do colete, pois como ele flutuava, o deixava exposto, “pois eu tentava me distanciar da embarcação boliviana contra a correnteza”.
Bravura
Segundo o PM, os bravos policiais militares e civis que ficaram na voadeira, resistiam ao poder de fogo dos bolivianos, tendo presenciado de longe a “bravura dos meus companheiros que mesmo dentro d’água confrontaram novamente os bolivianos que estavam com fuzis e submetralhadora 9mm, pois naquele momento o que estava em questão era a vida deles”. Mesmo assim, os policias resistiram em uma imensa troca de tiros, tendo os bolivianos ficado por alguns minutos depois da troca de tiros, atirando na embarcação e na água a procura dos policiais ou vestígios deles. Alegria Conta o policial militar que por um momento os policiais teriam sido assassinados, porém tendo observado os bolivianos indo embora na “chata” com o caminhão ele gritou pelos companheiros, “tendo ouvido com muita alegria a voz do policial civil Guimarães e em seguida observado que todos estavam vivos ainda dentro d’água”, porém com dois policias feridos.
Atingido
O policial civil Guimarães foi alvejado no braço (lesão grave) e, a policial Mônica atingida na perna, estando ambos perdendo muito sangue. O policial civil Guimarães, mesmo ferido, conseguiu ligar a voadeira que havia emprestado e trazê-la do rio até o porto da cidade, sendo os policiais feridos socorridos o mais rápido possível. No lado brasileiro o policial informou que todos foram atingidos (frente e costa) por disparos de arma de fogo, tendo os coletes segurado as perfurações dentro d’água. Apoio Após o confronto foi iniciada buscas para localizar os bandidos que atiraram contra os bravos policiais militares e civis brasileiros. Os exércitos boliviano e brasileiro foram informados do fato, e de imediato passaram a apoiar as polícias brasileiras. O caminhão roubado e a chata foram localizados do lado boliviano às margens do rio Branco onde eles estavam tentando desembarcar o veículo. Os policiais civis feridos foram encaminhados ao UPS de Cacoal.
Jornalista Lenilson Guedes